Campo Grande
Em ‘Loja de Deus’ vende tudo o que você imaginar, menos Bíblia
Até o próprio dono ite não ser uma pessoa devota, mas que aprendeu a ‘confiar' em Deus
| IDAICY SOLANO / CAMPO GRANDE NEWS
Apesar do nome de uma loja localizada no Bairro Buriti sugerir que em seu interior poderiam ser encontrados artefatos religiosos, lá vende-se tudo o que você imaginar, menos uma Bíblia.
A Loja de Deus, de religiosa, não tem nada, e até o próprio dono, o aposentado Decival Ferreira Vidal, de 74 anos, ite não ser uma pessoa devota, apesar de relatar que aprendeu a “confiar' em Deus com o ar dos anos.
“Antigamente, quando eu tinha a idade de vocês [jovens], eu não pensava nada disso. Às vezes, eu esquecia até de Deus. Mas a gente aprende com a vida, porque você a a entender e a ouvir mais as coisas. Então, quando chegamos a uma idade mais avançada, aprendemos a ouvir mais. É quando a gente se agarra mais com ele [Deus].'
No local, vende-se de tudo um pouco, incluindo camisetas de time, bolas de futebol, carrinhos, bonecas, carvão, lenha, uma variedade de ferramentas, cola quente, jarras, copos e outros utensílios domésticos, doces, carteiras, mochilas, boias infantis, controle remoto, espetos para assar carne, alimentos não perecíveis, chapéus e o que mais você conseguir imaginar.
Dercival chegou ao bairro muito antes do asfalto e das casas bonitas de alvenaria. Conseguiu o pedacinho de terra por meio de comodato, com apenas uma pequena parte construída, e, com o tempo, expandiu a loja.
Ele conta que, por muitos anos, o estabelecimento não teve um nome. Era apenas uma portinha que vendia de tudo, mas uma viagem até o interior de São Paulo, para buscar mercadorias para revender, mudou isso.
“Eu cheguei em São Paulo e tinha pergaminhos com os dizeres ‘Loja de Nossa Senhora Aparecida’, ‘Loja de São Jorge’, ‘Loja de Santo Alfonso’, ‘Loja de Santo Agostinho’ e a ‘Loja de Deus’', conta, sobre como surgiu o nome da loja. Assim, ele levou a decoração e copiou toda a agem bíblica na parede da loja.
Apontando para a parede da residência do outro lado da rua, que estava toda pichada, o comerciante relatou que, antes de mandar fazer a pintura nas duas paredes da loja, lá sempre amanhecia pichado também, mas, após colocar a “palavra de Deus', o vandalismo acabou. Pelo menos no seu pedaço.
Dercival relata que veio para Campo Grande em 1994 e, por aqui, viveu poucas e boas, até conseguir conquistar um terreno para chamar de seu. Antes da loja, conta que trabalhava vendendo utilitários na garupa da bicicleta. Ele saía bem cedo para rodar os bairros vizinhos e voltava só perto do horário do almoço.
“Na época, eu ganhava minha vida vendendo porta-CD, mochila e boné. Eu vendia ali para o pessoal do camelô e vendia pelas lojinhas pequenas dos bairros', relembra.
Após adquirir o imóvel, montou a loja, que até os dias de hoje é um verdadeiro quebra-galho da região, pela variedade de itens vendidos. Embora ele lamente que o movimento tenha diminuído, é categórico em afirmar que não vende nem fecha a loja por nada neste mundo.
“Já ei por tanta coisa aqui em Campo Grande. Essa lojinha foi arrombada umas três vezes. Às vezes, o cara se arrisca por causa de quatro reais. Mas eu sou um cara que acredita nas pessoas. Eu sou o gerente daqui, meu pai [Deus] não deixa eu quebrar; ele é o dono', finaliza.
Quem tiver curiosidade sobre o lugar, a Loja de Deus está localizada bem no cruzamento das Avenidas Roseira e Lúdio Martins Coelho.
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