Policial
Personal tomou chá com sogra para chorar “abandono” de mulher após enterrá-la
| ANAHI ZURUTUZA E SIDNEY ASSIS, DE COXIM / CAMPO GRANDE NEWS
“Meu coração está esbagaçado. Eu tentei, fiz boletim de ocorrência, tentei cuidar minha filha, tirar da mão dele, não consegui'. O desabafo é de Luiz Francisco da Cruz, trabalhador rural de 60 anos e pai de Laís de Jesus Cruz, de 29 anos, que foi encontrada enterrada nos fundos de casa, em Sonora.
Para a polícia, a moça foi assassinada pelo marido, o personal trainer Pabilo dos Santos Trindade, 35, asfixiada por um golpe “mata-leão' depois de levar pancada na cabeça com objeto, que a fez sangrar. Tudo aconteceu na segunda-feira, dia 2. Na terça (3), a mãe de Laís procurou a polícia para informar o desaparecimento e o crime foi descoberto na tarde de ontem, dia 4.
O pai diz que sempre teve “um pé atrás' com o genro e quando soube que a filha sofria violência dentro de casa – registrou boletim de ocorrência por ameaça (em fevereiro) e agressão (em abril) –, tentou fazer com que a filha colocasse ponto final no relacionamento. Não conseguiu. “Eu disse desde o começo: ‘filha, esse cara não vai dar certo com você’. Mas, ela me dizia: ‘deixa eu tento, eu gosto dele’. Infelizmente, ela pagou com a vida e eu não tive chance de salvar minha filha', lamenta o pai.
Na porta do IML (Instituto Médico Legal) de Coxim, onde corpo de Laís ou por autópsia, Seu Luiz não deu detalhes sobre o que o fez supor que o personal não seria uma boa companhia para a filha, mas foi a desconfiança que fez o pai deixar a fazenda onde trabalha e ir até a casa o casal, depois de Pabilo aparecer na residência dos sogros dizendo que Lais o havia abandonado. “Ela [Laís] era muito apegada a mim, não iria embora sem falar nada comigo'.
O trabalhador rural conta que na terça-feira, o genro apareceu chorando, lamentando a “partida' de Laís. A mãe da vítima até fez um chá para acalmar Pabilo. “Ele estava chorando, falando que estava muito triste falando porque a esposa tinha abandonado ele. Minha mulher foi no quintal, pegou uma erva cidreira e fez um chá para ele. Para você ver a frieza do camarada'.
Com o celular de Laís, ainda relata Seu Luiz, o genro enviou mensagens para a mãe dizendo frases que o pai duvida que sairiam da boca da filha, como: “não quero mais essa vida'. Pabilo também usou o celular a esposa para postar nas redes sociais dela mensagens de “despedida'. “Tchau Sonora. Aqui não volto nunca mais', diz um dos post compartilhados na terça-feira, no Instagram.
Sem acreditar, o trabalhador rural foi até a casa do casal, ainda na noite de terça-feira. Foi ele o primeiro a ver a terra mexida no quintal e avisar a polícia. “Antes de chegar na casa deles, eu combinei de alguém segurar ele na sala, que eu queria ver o quintal, se tinha alguma terra fofa. Meu coração já estava falando. Falei que ia na geladeira e quando eu cheguei acendi a luz dos fundos, ele já veio atrás de mim, com meu netinho, dizendo ‘ó, o vovô’, para tirar minha atenção. Mas, eu ainda dei uma olhada no quintal e vi terra fofa. Avisei pro meu filho que tinha coisa errada. Voltei para fazenda e pedi para ele ir na delegacia no dia seguinte'.
Descoberta - A descoberta do corpo foi do delegado Murilo Jorge Vaz Silva e investigadores. Para apurar o suposto sumiço da moça, a equipe foi à casa do casal. Pabilo entrou várias vezes em contradição durante a conversa com os policiais.
“De imediato, já demonstrou nervosismo. Afirmou que Laís estava em Curitiba, no Paraná. Perguntei se ela havia feito alguma contato com ele e ela disse que sim, que havia mandado mensagens. Mas, um de nossos investigadores, encontrou o celular de Laís, na lavanderia, jogado em uma caixa de papelão, todo molhado', afirma o chefe da investigação.
Ainda segundo o delegado, a casa foi revistada com autorização do personal. “Autorizou que olhássemos os cômodos da casa e enquanto eu conversava com ele, em um dos quartos, encontramos forte cheiro de água sanitária. Do lado de fora, encontramos os frascos de Quiboa, que ele usou no quarto para tentar tirar as manchas de sangue'.
A partir daí, os policiais já tinham quase certeza de que encontrariam a jovem enterrada no quintal e Pabilo itiu que a esposa, na verdade, estava morta. Ele nega o assassinato.
Suicídio - Na versão do suspeito, o casal discutiu e Laís foi para o quarto. Logo depois, ele entrou no cômodo, encontrou a esposa morta e decidiu ocultar o cadáver, o que aconteceu no dia seguinte. “Pabilo alega que por desespero das autoridades não acreditarem na sua versão, ele optou por cavar uma fossa no fundo do quintal'.
O marido ou a noite de segunda para terça com o corpo dentro de casa, mas não teve coragem de dormir no quarto em que ela estava. Ele enrolou o cadáver num cobertor e foi dormir na sala.
Na terça, ele contratou um homem para cavar uma fossa no quintal. O prestador de serviços não desconfiou de nada. Disse apenas que o contratante queria um buraco de 8 metros, mas ele disse que para fazer uma fossa eram necessários no máximo 4 metros e na terça, cavou 2. A versão do personal não convence a polícia.
Com Pabilo, Laís tinha um filho, de 2 anos, que no dia do crime estava com os avós maternos. Ela também deixou uma filha, de 9 anos, que já vivia com os avós. Segundo o pai, a vítima 'era uma moça cheia de sonhos' e cursava agronomia.
Siga o Itaporã News no Youtube!
Hora a Mais com Lourdes Struziati
Grupo do WhatsApp do Itaporã News Aberto!
WhatsApp. VIP do Itaporã News clicando aqui!"
WhatsApp do Itaporã News, notícias policiais!
"Ao vivo a programação da Alternativa FM de Itaporã."