Dia de Campo da Piscicultura reúne produtores e especialistas na Expoagro

Durante a abertura, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino Ferreira, reforçou a importância da união entre prática e conhecimento técnico.

| DOURADOSNEWS / CHARLES APARECIDO


O Dia de Campo da Piscicultura segue até o final da tarde. - Crédito: Clara Medeiros/Dourados News
publicidade

Cotações

A 59ª edição da Expoagro continua movimentando o Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, em Dourados. Dentro da programação da maior feira do agronegócio do interior de Mato Grosso do Sul, o destaque desta quarta-feira (14) foi o Dia de Campo da Piscicultura, promovido pelo Senar/MS em parceria com o Sindicato Rural de Dourados.

O evento acontece junto ao Projeto Fazendinha e reúne produtores, estudantes e pesquisadores em uma dinâmica com cinco estações técnicas. Os participantes acompanham um giro tecnológico com temas como proteção de nascentes, escassez hídrica, manejo alimentar, qualidade da ração e resultados na produção do pintado, peixe nativo cada vez mais valorizado no mercado.

Durante a abertura, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Gino Ferreira, reforçou a importância da união entre prática e conhecimento técnico.

“Isso aqui é uma construção, e o Sindicato Rural de Dourados, através do Senar, sente muito orgulho de poder contribuir com os nossos produtores rurais, em especial com os nossos piscicultores, para que a gente possa ajudar na construção de uma sociedade mais justa e mais humana, e trazer a tecnologia para dentro da piscicultura”, afirmou.

Segundo ele, o Sindicato está de portas abertas o ano todo para os produtores.

“A gente tem que fazer uma união da prática com a tecnologia para que possamos viabilizar da melhor forma possível o nosso trabalho. O Senar, juntamente com o Sindicato, está à disposição de vocês. Hoje estamos em uma grande festa do agronegócio douradense, mas o nosso compromisso é o ano inteiro”, completou.

Também presente na abertura, a professora Michele Vetorelli, do curso de Engenharia de Pesca da UFGD, destacou a participação ativa da universidade e os projetos de extensão voltados à piscicultura sustentável.

“Não estou sozinha aqui. Temos alunos de graduação, pós-graduação, ex-alunos que já atuam na área, além da professora Cláudia, que também participa. Fazemos parte do projeto Renascer Peixes e temos parceria com a Itaipu para capacitação de produtores sobre custos de produção, além de outro projeto com a Fundect, que trabalha indicadores de sustentabilidade”, explicou.

A professora ainda se colocou à disposição dos produtores para trocar experiências e compartilhar conhecimentos.

“É um prazer estar aqui e ver tantos piscicultores reunidos. Estamos à disposição para conversar e conhecer mais a realidade de cada um”, disse.

Representando a Secretaria de Agricultura Familiar de Dourados, o agrônomo Guilherme Cardoso Oba chamou atenção para o amadorismo com que muitos pequenos produtores iniciam na atividade e a importância da qualificação oferecida por instituições como o Senar, UFGD e Embrapa.

“O pequeno produtor geralmente começa de maneira muito amadora, e ter o gratuito a uma capacitação desse nível é fundamental. Existe uma rede institucional forte trabalhando para fomentar o pequeno produtor, mas ele precisa participar dos eventos e procurar essas instituições para buscar assistência técnica contínua”, ressaltou.

Segundo Guilherme, a piscicultura de pequeno porte ainda enfrenta obstáculos, especialmente em relação ao custo e à comercialização.

“Dourados tem cerca de 605 hectares de lâmina d’água, mas uma boa parte das pequenas propriedades está desativada justamente pelo alto custo da atividade. Além disso, o manejo adequado, principalmente em espécies como o pintado, exige conhecimento técnico para não haver desperdício e para garantir produtividade”, destacou.

Um exemplo de dedicação e busca por conhecimento vem da produtora rural Luzia Zonete Corrêa Gonçalves, de 64 anos. Ela é presidente da Associação dos Produtores do Alto da Mata (APAM), de Naviraí, e conta que iniciou na piscicultura no ano ado, com apoio do Senar.

“Temos uma pequena chácara de 11 mil metros quadrados. Começamos com a piscicultura no ano ado e tem sido uma experiência muito boa. Estamos sempre buscando novidades que possam agregar à nossa produção”, relatou.

Para Luzia, o acompanhamento técnico fez toda a diferença no processo.

“Sem o Senar é como um cego sem bengala. Eles são quase como filhos para nós. Temos liberdade para tirar dúvidas, eles am horas com a gente explicando tudo. Isso nos dá segurança”, comentou emocionada.

Este ano, ela e a associação pretendem vender a produção, após um período inicial de testes. Uma das dificuldades enfrentadas, segundo ela, é a falta de local para o abate dos peixes, mas há avanços nesse sentido.

“Estamos batalhando por um abatedouro novo na nossa cidade, com o apoio do gerente de agricultura do município. A documentação está adiantada e isso vai trazer um grande impacto para a gente. Agora me sinto mais segura para seguir”, concluiu.

O Dia de Campo da Piscicultura segue até o final da tarde, com visitação nas cinco estações técnicas em grupos reduzidos, permitindo uma troca direta entre produtores e especialistas. A programação da Expoagro segue até o próximo domingo, com shows, leilões, exposições e diversas atividades voltadas ao setor agropecuário.



“Continue lendo”

Siga o Itaporã News no Youtube!

Hora a Mais com Lourdes Struziati

Grupo do WhatsApp do Itaporã News Aberto!

WhatsApp. VIP do Itaporã News clicando aqui!"

WhatsApp do Itaporã News, notícias policiais!

"Ao vivo a programação da Alternativa FM de Itaporã."